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Controle Financeiro

Aprenda a fazer um bom planejamento financeiro pessoal e alcance metas

Com organização e planejamento é possível ter uma vida financeira mais tranquila. Descubra como!

por Portal Exponencial

Atualizado em 17 de agosto, 2023

Aprenda a fazer um bom planejamento financeiro pessoal e alcance metas

Quando se trata de educação financeira, o Brasil fica muito atrás de outros países. Segundo levantamento da Standard & Poor’s, nosso país ocupa a 74ª posição entre 140 nações, justamente por não estimular o ensino do planejamento financeiro desde a infância.  

É por isso que muitas pessoas não sabem lidar com dinheiro e passam a vida endividadas, atrasando, por consequência, seus projetos de vida. 

Pensando nisso, preparamos dicas para você conseguir se organizar, repensar prioridades e fazer um controle financeiro pessoal eficaz, que irá contribuir para que você viva com mais tranquilidade e concretize todos os seus objetivos. 

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O que é planejamento financeiro?

O planejamento financeiro é um método de organização financeira pessoal para reconhecer a situação em que suas finanças se encontram e, com isso, determinar os objetivos que você deseja atingir e o que fazer para conquistá-los.

É possível realizar um planejamento financeiro pessoal, ou seja, que considere apenas os seus gastos individuais e seus projetos de vida, como também planejar as finanças da sua família ou empresa. Entenda as diferenças!

Planejamento financeiro pessoal

Cada pessoa tem seus hábitos de consumo e a sua maneira de organizar o dinheiro. Por isso, realizar um planejamento financeiro pessoal pode ser o ideal para você.

Neste caso, entra no controle financeiro pessoal tudo o que é gasto apenas por você e todos os projetos que você deseja alcançar individualmente. Ele é ótimo para pessoas solteiras ou que moram sozinhas e não têm filhos

Planejamento financeiro familiar

Por muitos anos foi tabu discutir sobre a condição financeira da família. Resultado disso é que dinheiro é o segundo maior motivo de separação no mundo, atrás apenas da infidelidade. 

Por isso, realizar o planejamento financeiro familiar pode garantir a união e o bem-estar da família e possibilitar a construção de um patrimônio a longo prazo. Com ele, a família pode organizar as finanças e realizar seus sonhos, colocando na ponta do lápis tudo o que é gasto pelos membros do lar e o que será feito para realizar os projetos, como uma reforma da casa ou viagens de férias.

Leia também | Casamento e finanças: como equilibrar as contas e poupar

Planejamento financeiro empresarial

Se as pessoas e famílias devem planejar e organizar suas finanças, imagina uma empresa. O planejamento financeiro empresarial é fundamental para garantir a sobrevivência e o crescimento das empresas. Em linhas gerais, a ideia é a mesma: mensurar gastos fixos e variáveis, avaliar a entrada e o lucro, ter um fluxo de caixa saudável, com capital de giro robusto e reservar uma parte de fundos para ampliar os negócios. 

Para ajudar a descobrir como montar um planejamento financeiro empresarial, vale a pena considerar contratar um profissional especializado. Refletir sobre assuntos relacionados à organização do fluxo de caixa, à necessidade de criar mais capital de giro, ao processo de contas a pagar e a receber, entre outros, pode ser mais fácil com um olhar externo. 

Leia também | Como calcular capital de giro e controlar as finanças da sua empresa

Como fazer um planejamento financeiro?

Para muitos brasileiros, a resposta pode estar na ponta da língua: organizar as despesas, adotar um estilo de vida que esteja em linha com a receita disponível e não comprar por impulso são algumas das orientações mais conhecidas. Mas, ao que parece, o problema está em transpor a teoria e cuidar das contas de verdade no dia a dia.

Um estudo realizado pelo Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil) e pela Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL) mostrou que 45% dos consumidores não fazem um controle financeiro pessoal. Entre as pessoas das classes C, D e E, a proporção sobe para 48%. 

Os dados não mentem: não saber o que é planejamento financeiro, ou como fazer um, está intimamente relacionado ao descontrole das dívidas. Mas, afinal, como realizar um bom controle financeiro pessoal?

Na prática, você registra todas as suas despesas, considerando custos fixos e variáveis, quanto recebe e onde pretende investir. E mensalmente vai acompanhando essa evolução para enxergar claramente onde é possível economizar, onde acertou e errou. A seguir, explicaremos, passo a passo, como fazer isso. Confira!

Passo a passo: como iniciar um planejamento financeiro 

Você já imaginou conseguir juntar aquela quantia tão sonhada? Terminar o mês sempre no azul? Ter um dinheirinho para viajar? Investir e controlar seu dinheiro de perto? O Portal Exponencial listou 12 atitudes que podem fazer suas finanças decolarem. Entenda agora como deve ser feito um planejamento financeiro. 

1. Conheça sua situação financeira 

Cada pessoa tem seus hábitos de consumo e a sua maneira de organizar o dinheiro. Algumas têm mais facilidade para poupar, enquanto outras não resistem àquelas comprinhas por impulso e veem o dinheiro sumir antes do fim do mês. 

Para montar o seu planejamento financeiro pessoal, faça um exercício de reflexão e seja sincero consigo mesmo. Avalie os seus hábitos de consumo, entenda de que maneira você lida com o dinheiro e quais são as suas dificuldades no momento. 

Quem está com dívidas em atraso, por exemplo, já deve mapear todas elas para entender o tamanho do problema. É importante conhecer o saldo devedor - considerando os juros - e o valor das parcelas atrasadas antes de partir para a renegociação. 

Leia também | Como renegociar dívidas e limpar o nome 

2. Defina seus objetivos

Uma boa maneira de se manter organizado e focado em sua nova relação com o dinheiro é ter objetivos e prazos para alcançá-los bem definidos. Nesse momento, é importante ser realista e respeitar suas possibilidades. 

Qual o seu maior sonho que envolva dinheiro? Comprar um carro? Ter uma casa própria? Sair das dívidas? Liste os principais desejos e coloque um prazo para cada um. Pense em seus planos e divida-os em metas menores, de curto prazo. Se você precisa juntar R$ 3 mil em um ano para fazer uma viagem, por exemplo, pode estipular como meta poupar R$ 250 por mês.

Lembrando que, por mais que você economize dinheiro e tenha uma organização financeira pessoal, é fundamental estimar uma meta realista para seu planejamento financeiro. Não adianta você colocar como meta juntar 10 mil reais em seis meses para viajar se sua renda e seus gastos mensais mal permitem guardar 100 reais por mês.

3. Conheça sua receita

Nem todo mundo conhece exatamente a própria renda mensal. É importante entender que o seu salário nominal não será o valor real que irá cair na sua conta bancária. O valor que precisa ser considerado é o salário líquido, a quantia que sobra depois de ter tarifas e impostos descontados.

Portanto, comece analisando seu holerite, caso você seja trabalhador formal, e calcule o salário total de todo mês. Se realizar serviços informais e sazonais não se esqueça de adicionar à soma. 

Os especialistas e educadores financeiros aconselham não basear seus gastos em uma renda variável. Se você não trabalha com carteira assinada e sua renda total é variável, é necessário calcular uma média para entender qual valor você pode considerar como sendo sua renda mensal. 

4. Anote suas despesas

Uma atitude fundamental para fazer seu planejamento financeiro é acompanhar o quanto e como o seu dinheiro é gasto todo mês. Assim, você tem uma ideia de quanto é possível economizar por mês. 

Para observar mais de perto essas despesas, você deve acompanhar o extrato da conta corrente e da fatura do cartão de crédito com frequência. Fique de olho constantemente e não deixe para fazer isso só no dia do pagamento.

Fique atento também aos gastos invisíveis, aquelas despesas menores, mas diárias, que consomem uma parcela importante do orçamento sem que você perceba. Você pode anotar tudo o que paga em um caderno, no celular ou no computador. O que nos leva à próxima dica.

5. Use uma ferramenta para o planejamento financeiro

Para organizar todas as informações, você pode montar uma planilha de controle financeiro pessoal ou buscar por um aplicativo de planejador financeiro. O primeiro é um dos métodos mais tradicionais e seguros. As tabelas ajudam a ver claramente quais gastos estão comprometendo sua renda e o que é possível cortar.

Para facilitar essa visão, você pode anotar cada vez que realiza algum pagamento no computador ou em um caderninho mesmo. Quando chegar no fim do mês você vai saber exatamente quanto consumiu e onde poderia ter economizado. Também é vantajoso porque você não arrisca esquecer contas que precisa pagar no futuro.   

Seu celular pode ser outro aliado. Existem softwares e aplicativos próprios para lembrar qualquer movimentação e parcelas não pagas, além de criar um planejamento. Assim, você não corre o risco de esquecer o pagamento daquele débito importante.

Leia também | Ferramentas de finanças: qual é a opção ideal para você?

6. Faça um balanço mensal e anual

Todo fim de mês você deve fazer um levantamento e uma análise total dos números. Olhe para seus ganhos (salário, faturamento), para os gastos e avalie quanto conseguiu poupar para destinar aos seus sonhos.

Faça as seguintes perguntas a si mesmo:

  • “todos os gastos foram realmente necessários?”
  • “como eu posso evitar despesas comprometedoras e novas dívidas?”
  • “eu consegui investir o valor pretendido e ainda pagar todas as contas em dia?”

Tudo isso pode te ajudar a encontrar caminhos melhores para o seu planejamento financeiro. Se você percebeu que não precisava ter desembolsado tanto, veja quais gastos é possível cortar. E tenha sempre em mente que deixar de guardar significa uma quantia a menos para seus projetos futuros.

Quando acabar o ano, você pode fazer o mesmo exercício e olhar para sua planilha de controle financeiro pessoal. Nesse caso, é válido avaliar se você conquistou tudo que queria durante esse período.

Leia também | Como economizar no supermercado? Confira 10 dicas práticas

  1. Classifique os gastos

Por mais difícil que pareça, é possível ter dinheiro para os gastos básicos e manter a conta no azul mesmo estipulando um limite máximo para gastar. Isso fica ainda mais fácil depois que você conhece sua situação financeira e domina o dinheiro.

Existem algumas estratégias que podem ajudar. A Regra 50-30-20, por exemplo, é uma fórmula muito usada por educadores financeiros. A ideia é distribuir melhor o que você recebe e, a partir disso, criar prioridades dentro do que deve pagar. Para isso, seu salário é dividido em três partes:

  • 50% para gastos essenciais

         Exemplo: contas de água, luz, escola...

  • 30% para gastos não essenciais

         Exemplo: lazer, cabeleireiro, manicure...

  • 20% para investimentos para realizar sonhos

        Exemplo: Tesouro Direto, Bitcoin, CDB...

No caso de alguém que recebe R$ 2 mil por mês, deve ser destinado:

  • R$ 1000 para contas básicas;
  • R$ 600 para custos de lazer;
  • R$ 400 para poupar e investir.

Mas, claro que esse é o ideal e deve ser adaptado a cada realidade. Os compromissos financeiros de alguém casado e com filhos é diferente de quem é solteiro e mora sozinho. Inclusive, você pode optar também pelo modelo 70-20-10, se tiver mais despesas essenciais do que supérfluas. Cada momento da vida vai pedir uma nova adaptação em seu planejamento financeiro.

O importante é criar e manter o hábito de poupar, mesmo que você não consiga chegar exatamente no percentual sugerido. Pode ir ajustando isso ao longo do tempo. O melhor é separar essa quantia logo no início do mês, para evitar gastar tudo até o final, e deixar tudo registrado em sua planilha de planejamento financeiro.

8. Comece a montar uma reserva de emergência

Todo mundo está sujeito a passar por eventos e situações não planejadas. Por exemplo, perder o emprego, ter algum problema com o carro, ficar doente. São momentos que podem alterar o rumo da sua vida, especialmente das suas finanças. Justamente por isso é imprescindível buscar guardar dinheiro sempre que possível e não viver só o hoje. 

Leia também | Reserva de emergência, como fazer e quando usar

9. Prepare o bolso para datas comemorativas

Uma boa solução para ter mais controle do dinheiro é também se preparar para eventos previsíveis. Por exemplo, você sabe que em determinado mês pretende comprar um presente de aniversário, tem o Dia das Mães, ou que irá viajar de férias. É possível pensar nesses eventos previamente e já deixar a respectiva quantia separada. Isso evita, inclusive, que você pague mais do que gostaria quando estiver próximo do evento, além de ser uma forma de não esquecer.

10. Planeje sua aposentadoria

Você deve estar se perguntando se a aposentadoria entra como uma meta de longo prazo que precisa fazer parte do seu planejamento financeiro pessoal. Sim, considerar fazer uma previdência privada pode ser uma de suas estratégias de investimento. 

Incluir no seu planejamento como se fosse um gasto fixo pode ser um bom hábito para se aposentar com mais tranquilidade. 

Leia também | Previdência privada vale a pena? Confira dicas para a aposentadoria

11. Amplie seu capital: invista

Depois de listar e organizar todos os seus gastos fixos e variáveis, cortar gastos invisíveis, e economizar dinheiro é recomendável buscar novas formas de fazer suas economias crescerem. 

Não basta guardar dinheiro na poupança, no longo prazo você deixa de ganhar. A recomendação é investir. Você só precisa encontrar uma modalidade que se encaixe no seu perfil de investidor.

É possível começar pelo Tesouro Direto, por exemplo. O valor mínimo é de R$30 e o mais importante é manter o hábito de aplicar.  

12. Continue estudando o assunto

Estudar e se atualizar te ajudará a atingir cada vez mais metas. Procure se aprofundar nas análises e encontrar canais na internet que te ajudem nessa tarefa. Você pode contar com jornais, revistas e portais, como o Exponencial, para se atualizar sobre economia e finanças. 

Como começar um planejamento financeiro estando endividado?

Faz parte do planejamento financeiro quitar as dívidas e deixar de pagar juros abusivos. Sem dívidas que crescem exageradamente todos os meses fica mais fácil organizar a vida financeira e alcançar um ciclo virtuoso, aquele onde seu dinheiro cresce.  

Não é necessário ter medo de fazer um empréstimo caso você esteja endividado. Desde que você escolha uma linha de crédito que ofereça juros e taxas mais atrativas. Inclusive, é possível trocar várias dívidas com juros altos por apenas uma, mais barata.

Uma das linhas de crédito mais em conta do mercado é o empréstimo com garantia, outra opção é o consignado privado. Estas são modalidades que contam com juros e taxas menores justamente pelo fato de terem uma garantia do pagamento das parcelas. 

Você pode fazer uma simulação do empréstimo e ter uma estimativa do valor das parcelas aqui abaixo:

Quais os benefícios do planejamento financeiro

O primeiro benefício de organizar as finanças é conseguir enxergar para onde vai o seu dinheiro efetivamente todos os meses. Ao listar todos os gastos fixos e variáveis, salta aos olhos uma série de gastos que eram, até então, invisíveis, aqueles “picadinhos” que acabam não sendo contabilizados e que podem ser responsáveis por grandes desfalques no orçamento. 

Ao enxergar esses pequenos gastos em sua planilha de planejamento financeiro, já é possível fazer cortes. Tudo o que não for essencial pode ser eliminado, o que significa que você já estará economizando. 

Outro grande benefício de fazer um planejamento financeiro pessoal detalhado é que ele ajuda você a pagar as contas em dia e não gastar dinheiro com multas provenientes de atraso. É uma espécie de mapa, onde é possível acompanhar minuciosamente a trajetória do seu dinheiro.

Além de evitar surpresas desagradáveis, fazer um planejamento financeiro contribui também para a definição de metas. Por exemplo, se um universitário deseja se tornar um grande empresário algum dia, precisa tomar atitudes que sirvam como ponte para a realização deste sonho: investir em idiomas, especializações, intercâmbios e até na vestimenta. E, para isso, é necessário organizar as contas para que seja possível pagar as despesas básicas e ainda investir nos estudos. 

Em resumo, o planejamento financeiro é uma forma também de traçar objetivos. Sem contar que quando você organiza as finanças, tem mais segurança para agir em situações emergenciais, além de não precisar se desesperar com a chegada dos boletos, já que sabe perfeitamente se seu custo de vida cabe dentro do seu orçamento.

Tudo isso contribui também para a saúde emocional. A pesquisa The Employer’s Guide to Financial Wellness 2019, realizada nos Estados Unidos, revelou que pessoas com constante preocupação com falta de dinheiro são 4 vezes mais propensas à depressão e têm 3,4 mais chances de ter ataques de pânico ou ansiedade.

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