Conseguir crédito não é tarefa fácil para boa parte dos pequenos e microempresários no Brasil. É o que mostra uma pesquisa da Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL) e pelo Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil). Mais de um terço (34%) dos empresários de menor porte considera difícil contratar algum tipo de empréstimo para empresa nos dias de hoje. O principal entrave: o excesso de burocracia e de garantias exigidas pelas instituições financeiras.
Isso porque, para conceder o empréstimo para empresa, o micro e pequeno empreendedor deve ter em mãos inúmeros documentos, certidões e autenticações, que nem sempre são fáceis de acessar e/ou guardar. Em alguns casos, as instituições financeiras indicam a necessidade da presença de um avalista, assim como ter acesso ao histórico de relacionamento da pessoa com o banco. Mais que isso: em alguns casos, o empresário precisa apresentar plano de negócio, por exemplo.
Com o excesso de burocracia e de exigências de garantia, apenas 15% dos micro e pequenos pretendem acessar empréstimo para empresa pelos próximos 90 dias, segundo a pesquisa do SPC.
O efeito desse cenário nebuloso ocasiona um problema ainda maior: a maioria prefere investir recorrendo ao capital próprio podendo, em determinadas situações, misturar o caixa da empresa com o a conta da pessoa física, comprometendo o fluxo de caixa da companhia - e o pessoal. Segundo o Serasa Experian, o Brasil contabiliza hoje cinco milhões de micro e pequenas empresas no vermelho.
“A combinação de burocracia e juros altos são um obstáculo à contratação de crédito e consequentemente para o investimento, o que acaba por impactar o crescimento do país”, comenta Roque Pellizzaro Junior. “O crédito é um dos grandes motores da economia, pois gera consumo, emprego e renda.”
Levando em consideração o alto índice de burocracia enfrentado pelos empreendedores no Brasil, uma das principais maneiras dos micro e pequenos empresários evitarem esse entrave é por meio do planejamento.
Segundo Roque Pellizzaro Junior, presidente do SPC, para tomar empréstimo com qualidade e fugir da burocracia, o primeiro passo é entender qual a fonte que motiva a necessidade do crédito e qual será o retorno que ele poderá gerar. Na sequência, avaliar as condições e estudar as modalidades.
“Muitas vezes, as opções mais fáceis, pré-autorizadas, como o cheque especial, não são as melhores”, diz o presidente da instituição. “A antecipação de recebíveis, por exemplo, tem um custo mais baixo", explica.
Já em relação a burocracia, Pellizaro aconselha que o empreendedor mantenha atualizado seu balanço patrimonial, certidões negativas e histórico de crédito. E lembra que, com a aprovação do Cadastro Positivo pelo Congresso Nacional, o cenário pode melhorar. Na prática, com ele as instituições financeiras poderão realizar uma análise de crédito mais assertiva, o que deve reduzir as taxas de juros para os bons pagadores.
Outro passo muito importante nesse processo de tomar empréstimo para empresa - e fugir tanto da burocracia, quanto de se enrolar com as parcelas e ficar inadimplente - é levar em consideração o fluxo de caixa, capital de giro e capital de reserva.
Afinal, esse é o momento de ser mais racional e menos sonhador. Lembre-se: um mal planejamento pode colocar em xeque a sustentabilidade financeira da empresa. Os cálculos devem ser feitos com muito rigor e levando em consideração todos os cenários possíveis e impossíveis.
A crise econômica que assolou o Brasil de 2014 até 2017 provocou uma grande leva de desemprego, o que gerou uma onda de novas empresas no país como um todo. Chamado de empreendedorismo por necessidade, grande parte das novas companhias surgiram para compor a renda familiar e/ou ser a principal fonte de renda familiar.
Desencadeado pelo alto índice de desemprego – que, atualmente, atinge 13,4 milhões de pessoas – o movimento de abertura de novos negócios é a oportunidade de enfrentar a crise sem ficar fora do mercado de trabalho.
Com o alto número de abertura de companhias - e possibilidade de expansão delas - o empréstimo para empresa torna-se imprescindível. Assim como saber a hora certa de tomá-lo.
A fim de ajudar nesse processo, a Revista Digital Creditas preparou sete dicas para quem está procurando empréstimo para empresa. Veja abaixo como escolher a melhor opção e fugir da burocracia:
1- Planeje, planeje, planeje
Antes de pedir qualquer tipo de empréstimo, é preciso pensar para que esse dinheiro será necessário. Ele vai tapar um buraco no seu orçamento? Que retorno esse capital vai te trazer? Responder essas questões é necessário para saber se o crédito é realmente a melhor opção para o seu problema - às vezes, cortar custos pode ser a melhor alternativa.
Levando em consideração o empréstimo para empresa, o planejamento se faz ainda mais necessário. Isso porque, uma má organização pode implicar no fluxo de caixa da companhia e, até mesmo, na saúde financeira dela.
Para isso, é preciso saber exatamente qual é a sua necessidade. Assim, você saberá quais são as melhores opções.
"É muito comum que o empreendedor chegue à instituição financeira precisando do dinheiro pra ontem e encontre opções a juros altos. Esse é o problema da falta de planejamento", diz Pellizaro.
2- É um bom pagador? Prove!
Outro ponto importante para fugir da burocracia no momento de tomar empréstimo para sua empresa, é provar para a instituição provedora do crédito que sua companhia é uma boa pagadora.
Manter atualizado o balanço patrimonial da sua empresa, suas certidões negativas de débito e um histórico de crédito é muito importante para ter acesso à opções de crédito a juros mais baixos. Certifique-se de que suas finanças pessoais estão em dia e que seu nome não consta no SPC ou Serasa.
É por isso que, para Pellizaro, o cenário pode melhorar com a aprovação do Cadastro Positivo. Na prática, ele permite que as empresas para as quais você (pessoa física ou empresa) pede crédito enxerguem todo o seu comportamento como pagador.
Isso pode ajudar o tomador de crédito a negociar com a instituição: se seu histórico de pagador é bom, são maiores as chances que você permaneça inadimplente; logo, pode negociar taxas de juros menores.
A situação legal e o capital próprio, por exemplo, são dois itens fundamentais na decisão do credor. Se você tem nome sujo, pode ter mais dificuldade de conseguir crédito ou encontrar juros mais altos.
3- Tente antecipar recebíveis
Nem sempre a opção de crédito mais fácil é a melhor financeiramente. O cheque especial, que já tem um limite pré-autorizado, costuma ser uma opção mais cara que a antecipação de recebíveis e de empréstimos em que é colocado um bem como garantia, por exemplo.
Com ela, você recebe antecipadamente valores que só receberia mais tarde, como vendas parceladas, a prazo, cheques e carnês. Como a garantia são as vendas que já foram realizadas, ela costuma ter juros mais baixos do que um empréstimo comum.
4- Precisa de velocidade? Vá de fintech
O processo de liberação de crédito por fintechs costuma ser totalmente digital. Além disso, elas utilizam tecnologia, como o big data, para avaliar o perfil do tomador de crédito, fazer a análise de risco, e calcular a melhor taxa para cada operação e cliente.
Com isso, esse processo é mais rápido do que nos bancos tradicionais. E como as operações são totalmente digitais, sem custos físicos, os juros costumam ser mais baixos.
5- Empréstimo para empresas com garantia
Quanto maior a chance de não receber o dinheiro emprestado, maiores serão as taxas de juros cobradas pelas instituições financeiras. É por isso que o empréstimo com garantia é uma opção com juros mais viáveis.
Como o tomador está oferecendo algo em caso de não pagamento da dívida, os juros acabam sendo menores. Você pode utilizar como garantia um imóvel ou um veículo.
6 - Preserve seus recursos e avalie seu caixa
Uma boa opção é procurar financiar máquinas e equipamentos em vez de capital de giro. As linhas de financiamento para investimentos fixos muitas vezes têm limites maiores, custos menores, prazos de pagamento mais extensos e as garantias são facilitadas.
7- E se der tudo errado?
Mais uma vez, o planejamento para solicitar empréstimo para empresa é muito importante. Independente da motivação do crédito em si: se é para expandir o negócio e/ou para renegociar as dívidas da companhia.
No caso do refinanciamento, é ainda mais importante se atentar ao momento que vai tomar o crédito. Ou seja, se você já sabe que não vai conseguir arcar com aquele custo, tente renegociar as condições o quanto antes.
Para fugir das burocracias no momento de tomar o empréstimo para empresa, é preciso ter dedicação, planejamento e sempre manter seus dados e documentos atualizados.
Escrito por Portal Exponencial
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