A taxa de juros é o coração de qualquer operação financeira, mas ainda há dúvidas de como eles funcionam. De acordo com um relatório do Programa de Educação Financeira do BC, somente 14,3% dos brasileiros conseguem realizar um cálculo corretamente.
Isso revela que menos de 1 em cada 7 pessoas domina esse conceito básico que impacta empréstimos e investimentos.
Quer aprofundar esse assunto? Neste artigo, explicamos como juros simples e compostos funcionam na prática e por que entender essas diferenças é essencial para cuidar melhor do seu dinheiro!
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O que são juros?
Juros são o valor pago pelo uso do dinheiro de outra pessoa ou instituição. Quando você pega um empréstimo, paga uma taxa adicional ao valor emprestado, que são os juros. Essa taxa pode variar dependendo do tipo de contrato e do risco envolvido.
Existem dois tipos de juros: simples e composto. Nos juros simples, o valor é calculado sobre o valor original do empréstimo, enquanto nos juros compostos, os juros são calculados sobre o valor total, incluindo os juros acumulados. Isso pode gerar um custo maior ao longo do tempo.
Quando você paga juros?
Ao atrasar o pagamento de uma conta, são cobrados juros pelo atraso, ou seja, um valor a mais do que inicialmente você pagaria. Essa cobrança a mais é uma espécie de compensação pelo período em que alguém (normalmente a instituição financeira) arcou com o prejuízo do atraso.
Exemplo prático com juros simples:
João pega R$ 1.000 emprestados com juros simples de 5% ao mês. Ao final de 3 meses, ele pagará R$ 150 de juros, totalizando R$ 1.150.
Exemplo prático com juros compostos:
Com juros compostos de 5% ao mês, ele pagará R$ 50 no primeiro mês, R$ 52,50 no segundo e R$ 55,13 no terceiro, somando R$ 157,63 de juros. Total de R$ 1.157,63.
Por quê?
Nos juros simples, os juros são calculados sobre o valor inicial. Já os juros compostos se acumulam e aumentam o valor total a ser pago.
Leia também Método para não pagar mais contas em atraso
Quando você recebe juros
Quando uma pessoa faz um investimento, recebe juros por “emprestar” dinheiro ao banco ou a uma empresa. Nessa situação, os juros também são chamados de rendimentos.
Aqui, a lógica funciona desta forma: você tem um dinheiro parado na poupança. O banco pega emprestado o valor que você depositou para fazer outras transações, enquanto você não precisa do dinheiro — por isso que, na teoria, quanto mais tempo o seu dinheiro fica parado, mais ele rende.
Exemplo prático:
Carla investe R$ 1.000 em um fundo com juros simples de 5% ao mês. Ao final de 3 meses, ela recebe R$ 150 de juros, total de R$ 1.150.
Se o investimento for com juros compostos de 5% ao mês, Carlos recebe R$ 50 no primeiro mês, R$ 52,50 no segundo e R$ 55,13 no terceiro, totalizando R$ 157,63 de juros, resultando no valor R$ 1.157,63 rendidos.
Com os juros simples, a pessoa investidora recebe os mesmos R$ 50 a cada mês. Já com os compostos, ela recebe juros sobre juros, regime geométrico de capitalização periódica, seja capitalização diária ou mensal.
Na prática, quando há a compra de ações na bolsa de valores, você está “emprestando” dinheiro para a companhia. E para cada operação de crédito, empréstimo ou investimento, uma taxa de juros diferente é aplicada.
Atenção! Quando se trata de investimentos, os juros pagos a quem coloca seu dinheiro na poupança são absolutamente diferentes dos recebidos por quem investe em uma ação negociada na bolsa.
Quais as diferenças entre juros simples e compostos
Sabendo o que são juros, agora conseguimos entender melhor o porquê de algumas transações financeiras usarem juros simples e outras usarem juros compostos.
De modo geral, os juros simples são calculados conforme o valor total da operação e são mais comuns nas transações diárias. Já os juros compostos, também chamados de juros sobre juros, são calculados sobre o valor total da operação + o valor dos juros simples, e são comuns em investimentos de longo prazo.
Abaixo, deixamos uma tabela demonstrativa para facilitar a compreensão:
Características |
Juros simples |
Juros compostos |
Definição |
Calculados sobre o valor inicial |
Calculados sobre o valor inicial e sobre os juros acumulados |
Fórmula de Cálculo |
J = P × i × t |
M = P × (1 + i)^t |
Cálculo de Juros |
Linear, valor fixo |
Exponencial, cresce ao longo do tempo |
Exemplo |
Empréstimo de R$ 1.000,00 a 10% ao ano por 2 anos: R$ 200,00 de juros |
Empréstimo de R$ 1.000,00 a 10% ao ano por 2 anos: R$ 210,00 de juros |
Vamos ver com mais detalhes cada um deles e entender como cada cálculo é feito.
O que são juros simples
Os juros simples estão mais presentes nas transações financeiras do dia a dia. Ele é usado, por exemplo, no cartão de crédito, em financiamentos e em alguns tipos de empréstimos.
Ao contrário do “irmão” juros compostos, o valor dos juros simples nunca muda durante uma operação. Assim, se você assinou um contrato com determinada porcentagem de juros, pagará ou receberá esse valor até o final do contrato.
Vejamos um exemplo:
Com capitalização diária a 5% ao mês, o juro real efetivo será detalhado — o rendimento nominal vs real mostra se o dinheiro rende ou se a inflação corrói o ganho líquido.
Então, quando você investe R$ 1000 com uma taxa de juros simples de 5% ao mês, a cada mês, você recebe R$ 50 de rendimento. No primeiro mês, terá R$ 1050, no segundo mês R$ 1100, e assim por diante.
Dica extra: a diferença entre a taxa nominal e real, descontando a inflação, mostra quanto o rendimento efetivo é corroído no caso de retenção de juros compostos e moratórios.
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Fórmula do juros simples
Caso você tenha familiaridade com a matemática, é possível aplicar uma fórmula de juros simples não muito complexa para calcular seu valor final.
Veja a fórmula para você calcular e saber quanto você pagará de juros simples em uma operação:
Para ficar fácil de fazer o cálculo, troque as letras pelos respectivos números:
- Em C, coloque o valor do capital previsto no contrato, ou seja, o quanto você vai pagar (em um empréstimo) ou depositar (em um investimento).
- Em I, coloque o valor da taxa de juros simples acertada no contrato.
- Em T, coloque o tempo previsto no contrato.
Ao fim das contas de multiplicação e de divisão, você saberá o valor do J, ou seja, o quanto você pagará de juros nessa transação. Isso te ajudará a saber o valor total que você vai pagar em um empréstimo, por exemplo.
Veja um exemplo de um empréstimo de R$ 900 para ser quitado em seis meses a uma taxa de juros simples de 5% ao mês:
Isso significa que, ao final de seis meses, o valor total gasto com o empréstimo será de R$ 1170 (R$ 900 do capital emprestado + R$ 270 dos juros).
A escolha do regime aritmético (juros simples) ou geométrico (juros compostos) impacta diretamente o cálculo do montante e juro acumulado, mostrando se o crescimento é linear ou exponencial.
O que são juros compostos
A diferença mais relevante entre os juros simples e compostos é o tempo. Nas operações financeiras baseadas em juros simples, o tempo não é muito importante, já que o valor final pago será o mesmo, independentemente do prazo.
Já quando os juros compostos são aplicados na transação, o prazo faz toda a diferença, porque quanto maior for o tempo para quitação de um empréstimo, mais juros serão pagos, já que a taxa é calculada em cima do acumulado da dívida.
Neste caso, os juros compostos são um excelente aliado em investimentos a longo prazo. Veja a seguir como fazer a conta.
Fórmula de juros compostos
Para quem curte matemática, existe uma fórmula de juros compostos que simplifica calcular seu valor.
O cálculo dos juros compostos é um pouco mais complicado que o dos juros simples. Caso você fique confuso com as letras, não se preocupe, também fizemos um glossário logo em seguida para te ajudar.
- C x (1 + I ÷ 100) T = M
- Em C, coloque o valor do capital previsto no contrato, ou seja, o quanto você vai pagar (em um empréstimo) ou depositar (em um investimento).
- Em I, coloque o valor da taxa de juros simples acertada no contrato.
- Em T, coloque o tempo previsto no contrato.
- M é o resultado das somas, multiplicações e divisões, o valor total do que irá pagar já com os juros compostos.
Veja um exemplo de um financiamento de R$ 50.000 (C) para pagar em dois anos (T) a uma taxa anual de 12% (I):
- 50.000 x (1 + 12 ÷ 100) 2 = M
- 50.000 × 1,2544 = 62.720.
Ou seja, ao final de 24 meses você terá pago os R$ 50 mil que pegou emprestado + R$ 12.720 de juros.
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Juros simples ou compostos: qual é aplicado em empréstimos?
Os contratos de empréstimo trabalham geralmente com juros compostos. Trata-se de juros cobrados sobre juros.
Os juros simples também podem ser utilizados em operações de empréstimo, geralmente quando o prazo é mais curto. Contudo, poucas são as operações que optam pelo regime de juros simples. Atualmente, o sistema financeiro utiliza mais os juros compostos.
Portanto, se você solicitar um empréstimo no banco ou com alguma instituição financeira, provavelmente pagará juros compostos. Ainda assim, existem modalidades de empréstimo com juros baixos, como empréstimo com garantia de veículo e imóvel.
Lembre-se de sempre checar o CET (Custo Efetivo Total) e as condições de amortização antecipada, já que podem reduzir significativamente o juro acumulado.
Leia também Calculadora de empréstimo: aprenda a calcular juros, taxas e prazos.
É possível estimar o valor e o número de parcelas para o seu crédito em diferentes modalidades utilizando o simulador de empréstimo logo abaixo. Basta colocar o valor que você deseja receber emprestado, mais o número de meses para pagar.
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