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Em 2020, preços de materiais escolares podem variar mais de 300% entre estabelecimentos, segundo levantamento do Procon-SP. Saiba como economizar nas compras
por Flávia Marques
Atualizado em 11 de fevereiro, 2021
RESUMO DA NOTÍCIA
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Manter as finanças em dia deve ser um cuidado constante das famílias, mas no início do ano o orçamento merece atenção especial. Isso porque neste período as despesas tendem a aumentar. Além do pagamento de impostos como IPVA e IPTU, muitos consumidores têm mais uma preocupação: encontrar material escolar mais barato.
Na capital paulista, por exemplo, em 2020 os valores dos itens de papelaria podem variar mais de 300% entre estabelecimentos, segundo uma pesquisa realizada pelo Procon-SP. O estudo mostrou, ainda, que houve acréscimo de 3,17% nos preços em relação ao ano passado.
Os números revelam que fazer pesquisas e comparar preços antes de finalizar a compra continua sendo importante para quem deseja economizar. “O consumidor deve fazer uma lista do que precisa comprar para não se render a impulsos consumistas”, orienta Ricardo Teixeira, coordenador do MBA em Gestão Financeira da Fundação Getúlio Vargas (FGV). “Também é recomendável juntar todo o material escolar do ano anterior e ver a possibilidade de reutilizá-lo”, comenta o especialista.
Para quem tem filhos, a compra de materiais escolares é um dos maiores gastos de início de ano. Em meio às contas, muitos brasileiros ficam perdidos e podem acabar ultrapassando o limite do seu orçamento.
De acordo com um levantamento realizado pela Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL) e pelo Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil), apenas 11% dos consumidores têm condições de pagar as despesas sazonais deste período - o que inclui a compra de materiais e rematrícula escolares.
Reinaldo Domingos, presidente da Associação Brasileira de Educadores Financeiros (Abefin), explica que, por se tratar de uma despesa recorrente, a compra de materiais escolares deve fazer parte do planejamento financeiro anual. “Para que os gastos não fiquem pesados em janeiro, é válido poupar durante todo o ano para conseguir fazer os pagamentos à vista e obter bons descontos”, comenta Domingos.
Para ajudar os pais a economizarem nas compras de material escolar, Ricardo Teixeira e Reinaldo Domingos sugeriram ações que podem trazer alívio para o bolso do consumidor. Confira, a seguir:
Conversar com outros pais e tentar fazer a compra em conjunto aumenta a probabilidade de conseguir preços menores, pois é mais fácil negociar descontos nas compras em grande quantidade.
Além de sustentável, a prática de troca de materiais pode render uma boa economia. Sugerir que a escola crie uma biblioteca para que os familiares consigam fazer trocas de livros ou buscar esta opção na internet são alternativas interessantes. “É possível buscar materiais e livros usados em excelente estado que, muitas vezes, custam a metade do preço", ressalta o professor da FGV.
No caso dos livros, vale a pena procurar pais de alunos mais velhos para emprestar ou comprar por um preço mais acessível, se estiverem em boas condições de uso. Outro ponto importante é ficar de olho na versão das obras para garantir que são atuais e que não devem atrapalhar o aprendizado das crianças.
Comprar à vista e pedir um desconto no preço total também é uma forma de conseguir material escolar mais barato. No entanto, se o consumidor tiver que pagar a prazo, deve observar se as parcelas caberão no orçamento mensal para evitar cair no cheque especial ou no parcelamento rotativo do cartão de crédito, que têm altas taxas. “O ideal é sempre fazer os pagamentos à vista, mas se não for possível, opte por poucas parcelas e que caibam no bolso, para não comprometer as finanças de 2019 por vários meses”, ressalta o presidente da Abefin.
O professor da FGV alerta para não se deixar levar somente pelos desejos dos filhos, pois eles podem ser facilmente influenciados por amigos e também pelo marketing publicitário. Como consequência, a lista de compras pode sair mais cara que o planejado.
Vale lembrar que, em geral, materiais com personagens, logotipos e acessórios licenciados apresentam preços mais elevados. "O ideal é conversar com os filhos antes de sair às compras, explicando a situação em que a família se encontra e quanto poderão gastar com os materiais. Caso contrário, é melhor não ir às compras com as crianças", recomenda Ricardo.
No momento de comprar os itens da lista de material escolar, o consumidor precisa ficar de olho em algumas questões. Mais importantes do que a economia, qualidade e segurança do produto para uso da criança devem ser priorizados.
Alguns itens como lápis - comum, de cor ou de cera -, borracha, apontador, compasso, régua, cola, caneta, massa de modelar, tinta guache e tesoura só podem ser comercializados se apresentarem o selo do INMETRO na embalagem. Os produtos importados devem seguir as mesmas recomendações dos nacionais, com informações em língua portuguesa.
Ainda visando a garantia de segurança, evite comprar de vendedores ambulantes: o preço às vezes é menor, porém não há emissão de nota fiscal e os produtos podem não ser seguros.
Para não gastar mais do que o necessário, também é preciso ficar atento aos itens que, por lei, não podem ser incluídos nas listas de material escolar. As escolas não podem solicitar, por exemplo, a compra de produtos de uso coletivo, tais como material de higiene e limpeza, ou cobrar taxas para suprir despesas como água, luz e telefone.
Além disso, as instituições de ensino não podem exigir que os pais adquiram produtos de marcas específicas, determinar a loja ou livraria onde o material deve ser comprado, conforme a Lei n° 12.886 de 26 de novembro de 2013.
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