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7 linhas de financiamento para pequenas empresas

Para abrir um negócio, levantar capital de giro, quitar débitos ou investir em melhorias na empresa, algumas alternativas de crédito podem ser grandes aliadas. Conheça sete opções

por Flávia Marques

Atualizado em 5 de julho, 2024

7 linhas de financiamento para pequenas empresas

Quer saber tudo sobre o financiamento para pequenas empresas? Então veio ao lugar certo. Nesta matéria, trazemos as sete melhores alternativas disponíveis no mercado. Acompanhe!

A oferta de financiamento para pequenas empresas cumpre um papel importante: viabilizar o acesso ao crédito, uma dificuldade enfrentada por muitos empreendedores brasileiros. Segundo estimativas da Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL), um em cada três micro e pequenos empresários enfrenta dificuldades para contratar linhas de crédito. Entre os obstáculos mais comuns estão o excesso de burocracia, exigências dos bancos e altas taxas de juros.

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A boa notícia é que, além das instituições financeiras tradicionais, existem no mercado outras modalidades de crédito que podem atender a diferentes necessidades do empreendedor. Seja para abrir o negócio, investir em equipamentos, levantar capital de giro ou quitar os débitos e garantir a sobrevivência da empresa no mercado, essas alternativas podem representar o auxílio necessário. 

Para facilitar sua jornada nesse universo, confira os principais tópicos desta matéria:

7 opções de financiamento para pequenas empresas

Algumas opções de financiamento para pequenas empresas contam com taxas de juros mais acessíveis e bons prazos para pagamento. Confira 10 alternativas disponíveis no mercado e lembre-se de avaliar qual delas irá suprir as demandas da sua empresa sem impactar a sua saúde financeira. Veja: 

1 - Empréstimo com garantia 

Como o próprio nome sugere, no empréstimo com garantia o cliente apresenta um bem à instituição financeira para assegurar o pagamento das parcelas. Entre as modalidades mais comuns estão o empréstimo com garantia de veículo e o empréstimo com garantia de imóvel, mais conhecido como home equity. 

Nesta modalidade, como o empresário oferece uma garantia de pagamento, as chances de inadimplência diminuem. Por consequência, a instituição financeira pode oferecer juros mais baixos e maiores prazos para pagamento. No Brasil, a maior plataforma de empréstimo com garantia é a Creditas. As taxas praticadas no empréstimo com garantia de automóvel começam em 1,49% ao mês. Para o home equity, os juros são a partir de 0,89% no mesmo período. 

Para efeitos de comparação, é possível avaliar as taxas médias praticadas em outras modalidades de crédito mais populares, mas não saudáveis. No cheque especial, por exemplo, os juros giram em torno de 11,3% ao mês. Para empréstimo pessoal, a taxa média é de 6,3% ao mês, de acordo com o Banco Central. 

2 - Crédito para capital de giro 

Esta é uma opção interessante de financiamento para pequenas e médias empresas que precisam de recursos para pagar as despesas do dia a dia do negócio - o chamado empréstimo para capital de giro

No Brasil, aliás, esta é uma necessidade comum: de acordo com o IBGE, a cada dez negócios abertos por aqui, seis fecham as portas nos primeiros cinco anos. Um dos motivos, segundo um estudo realizado pelo Sebrae e a Fundação Getúlio Vargas em 2016, é a falta de dinheiro para arcar com compromissos financeiros básicos do negócio, como o pagamento de salários, fornecedores e aluguel, por exemplo. 

Nesta modalidade, o empreendedor não precisa apresentar a finalidade do empréstimo no momento da solicitação. Além disso, é possível optar pelo pagamento bimestral, semestral ou integral após o fim do contrato. 

Vale lembrar que esse tipo de crédito é interessante para demandas de curto prazo, considerando que o prazo médio de parcelamento costuma ser de 12 meses. É possível contratar o crédito diretamente na instituição financeira na qual a empresa possui conta corrente ou em empresas especializadas em crédito empresarial. Em todo caso, é sempre válido comparar as taxas de juros e condições ofertadas.

3 - Peer to peer 

Outra opção de financiamento para pequenas empresas é o peer to peer (P2), uma linha de crédito que vem ganhando popularidade no Brasil nos últimos anos. Esta opção conecta tomadores de crédito a investidores por meio de plataformas digitais. 

Dessa forma, é possível que investidores - que podem ser pessoas físicas ou jurídicas - emprestem dinheiro diretamente para a empresa, e a operação não depende da mediação de um agente financeiro.

Neste caso, a verificação do risco envolvido na operação é feita pelas plataformas, que checam o perfil financeiro de quem tomará o empréstimo. Cada investidor pode disponibilizar o valor total ou parcial a ser emprestado, o que também permite o compartilhamento do risco da operação. 

4 - Antecipação de recebíveis 

Esta modalidade de empréstimo online permite que a empresa receba os lucros de forma antecipada. O processo costuma ser menos burocrático e é utilizado por empresários que ainda não têm capital de giro.

Como esse crédito antecipa pagamentos que a empresa já vai receber, os próprios pagamentos futuros funcionam como uma garantia, o que se reflete em juros mais baixos e em um crédito mais barato e acessível. Por outro lado, essa é uma alternativa de curto prazo, indicada para cobrir despesas mais urgentes do negócio, e deve ser usada com parcimônia, para que o fluxo de caixa da empresa não seja prejudicado.

Para fazer a solicitação, basta procurar um agente financeiro que oferece essa alternativa de crédito, como bancos, financeiras, factorings (empresas de fomento mercantil), fundos de investimentos em direitos creditórios (Fidc), operadoras de cartão de crédito e fintechs de crédito especializadas.

5 - Cooperativas de crédito

As cooperativas de crédito oferecem produtos de crédito semelhantes a um agente financeiro comum, como cartões de crédito e financiamentos e empréstimos para capital de giro, com o objetivo de promover o desenvolvimento regional por meio do próprio interesse da comunidade. 

Elas possuem isenção de  tributações como CSLL (Contribuição Social sobre o Lucro Líquido), PIS (Programa de Integração Social) e Cofins, visto que são uma organização sem fins lucrativos, o que garante melhores condições de crédito.

Para garantir o crédito é necessário fazer parte da cooperativa e realizar a compra de uma cota, bem como participar das decisões em assembleias como sócio.

6 - Microcrédito 

O microcrédito é uma modalidade de empréstimo para pessoa física ou microempreendedor que pretende abrir ou ampliar um negócio. A modalidade é destinada a empreendedores formais - como MEIs (microempreendedores individuais) e pessoas jurídicas - e informais, que não têm fácil acesso a empréstimos ou créditos convencionais. Por meio do microcrédito, cada empreendedor pode captar até 20 000 reais.

Entre as vantagens da operação estão as taxas de juros reduzidas, isenção de IOF (Imposto sobre Operações Financeiras) e a facilidade de aprovação. O empreendedor também pode contratar o Microcrédito Produtivo Orientado (MPO), disponível para empresas de pequeno porte (EPPs) com faturamento de até 200 000 reais por ano e microempreendedores individuais (MEIs). Nesse caso, o agente financeiro fornece uma orientação ao empresário sobre o uso consciente do dinheiro, com o foco na ampliação e saúde financeira do negócio.

Leia também | Microcrédito: o que é, como funciona e como conseguir 

7 - Crédito para empresas BNDES

Outra opção de financiamento do governo para pequenas empresas são as linhas de crédito oferecidas pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), que possui produtos exclusivos para micro e pequenas empresários.

A BNDES Crédito Pequenas Empresas é vinculada a agentes financeiros credenciados e oferece limite de crédito máximo de 500 000 reais por cliente a cada 12 meses, com prazo máximo de até 60 meses e dois anos de carência. A taxa média de juros chega a 1,3% ao mês e inclui a remuneração do BNDES e do agente financeiro envolvido na operação.

O BNDES também oferece um cartão de crédito exclusivo para a compra de máquinas, equipamentos, veículos e outros bens de produção para a empresa diretamente de fornecedores credenciados. O crédito está disponível para micro, pequenas e médias empresas. O financiamento pode ser de até 100% do valor do bem e o prazo de pagamento varia entre três a 48 prestações mensais. 

Como funcionam os juros dos financiamentos para pequenas empresas?

Quanto maior o risco do investimento, maiores serão as taxas de juros. Esse é o principal ponto que deve ser analisado pelo empreendedor para que não seja uma ação arriscada para a saúde da empresa.

A taxa e juros é influenciada por diversos aspectos, como a inflação, custos administrativos reativos à transação e a famosa taxa Selic (Sistema Especial de Liquidação e Custódia), utilizada pelo Banco Central ao emprestar dinheiro para as instituições financeiras. Caso a taxa Selic esteja baixa, é possível conseguir financiamento com juros mais baixos e, consequentemente, menor será o valor das parcelas e o risco de inadimplência.

Modelos de taxa de juros

O mercado financeiro pratica três modelos de taxas de juros, que são:

taxa nominal, que serve de referência para a cobrança do empréstimo, já que o período de capitalização não é o mesmo da taxa de referência;

taxa efetiva, que envolve os juros cobrados efetivamente pelo banco ou empresa de crédito. Nesse caso, o período de capitalização coincide com o de referência de taxa;

taxa real, que mostra quanto a instituição financeira cobra pelo empréstimo. Se diferencia da taxa efetiva pois o dinheiro se desvaloriza por conta da inflação.

O ideal é que o empreendedor entenda qual será a taxa de juros efetiva e possa calcular o valor das parcelas e se possui capacidade para quitá-las.

Financiamento para micro, pequenas e médias empresas: o que avaliar antes de contratar?

Embora algumas opções de financiamento sejam mais interessantes para determinados tipos de empresa, algumas questões precisam ser avaliadas por qualquer empreendedor antes de contratar crédito. Isso porque o planejamento é fundamental para qualquer decisão que envolva a saúde financeira do negócio. 

Por isso, é sempre válido realizar pesquisas e comparar taxas e condições de empréstimo em diferentes agentes financeiros, a fim de encontrar a solução que melhor atenda a necessidade da sua empresa. Veja, a seguir, alguns pontos que merecem a sua atenção: 

1 - Faça um planejamento financeiro

Antes de escolher uma linha de crédito específica, faça um planejamento e entenda quanto a parcela vai pesar no caixa da empresa. O crédito é uma potencializador para o seu negócio, por isso, a organização de suas finanças e separação do fluxo de caixa é tão importante. 

Avalie as taxas, prazo de pagamento e como a empresa arcará com as parcelas. Um cuidado importante é tentar não comprometer mais de 30% do fluxo de caixa e encaixar os pagamentos do empréstimo nas contas da companhia. 

Se você deseja abrir um novo negócio, é preciso analisar o capital necessário para tirar o plano do papel e se será possível arcar com as parcelas do empréstimo no período inicial, visto que, dependendo do empreendimento, o lucro não costuma ser imediato. 

De modo geral, os especialistas recomendam que o capital de giro ideal deve suportar seis meses de despesas fixas e de estoque até o negócio gerar lucro. Então, encare os números: faça uma estimativa de despesas fixas e variáveis envolvidas no seu negócio para estipular os gastos mensais que a empresa terá neste período. Depois, multiplique o valor pelos seis meses para descobrir de quanto você precisa, no mínimo, para manter o próprio negócio com mais segurança. 

2 - Pesquise e faça simulações

Cada agente financeiro possui exigências, fatores de restrição, taxas, encargos, prazos e limites, que fazem parte da política de crédito, o que costuma variar bastante. 

Por isso, é sempre válido realizar pesquisas e fazer simulações de crédito, a fim de identificar a melhor solução para sua necessidade. Com acesso ao que é praticado no mercado, é possível ter mais poder de negociação.

Aproveite recursos tecnológicos para comparar as modalidades e simular taxas e prazos de pagamento. 

3 - Observe o Custo Efetivo Total

Ao realizar as simulações, não esqueça de olhar todos os custos envolvidos na operação. Isso porque, bancos também cobram taxas administrativas e, por isso, a referência para comparar as linhas de crédito é o Custo Efetivo Total (CET).

Quando você sabe exatamente quanto terá que desembolsar evita ter surpresas nas parcelas, como acréscimos nas parcelas. Para aprender a calcular o CET de juros, leia: CET: o que é Custo Efetivo Total e como calcular

Agora que você já conhece diferentes opções de financiamento para pequenas empresas e sabe como captar recursos para abrir ou aprimorar o seu negócio, use o campo de comentários e conte para a gente como um crédito de qualidade pode ajudar a sua empresa a chegar mais longe.

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